Após a semana de estudos em eletrônica e circuit bending, fomos participar do festival chamado Nepokoreni Grad, que quer dizer cidade não conquistada. Eles pretendem fazer um festival paralelo e alternativo ao da cerveja Karlovacko que realiza tipo um Skol Beats que fica lotado da plaibozada croata (eles estão em todo lugar) com atrações populares. Bem ficamos em um prédio que é cheio de ONGs, e a ONG que organiza esse festival é uma delas. A cena de diversos festivais que acontecem na Croácia patrocinados pela Ministério da Cultura de lá, e que no primeiro momento é bem empolgante, revelou poder ser bem artificial. Como dito, é impressionante a quantidade de festivais que conseguem grana por lá, para coisas não populares, tipo música experimental onde o público são os próprios organizadores (e isso é legal, porque na verdade é grana pra fazer festa) . Mas para eles era mais importante que estivéssemos no catálogo e que recebecemos a ajuda de custo para constar na prestaçao de contas do que a nossa participação efetiva. E isso rendeu alguns momentos de estresse, pois no final da semana de estudos em eletrônica que você pode ver no pouste abaixo, rolou uma tensão por apresentar um produto nesse festival, apresentar alguma coisa “consistente”. E isso estragou o final da semana que estava produtiva e divertida. E no final, nem valeu, porque os caras cagaram pra gente, e valia mais a pena ter continuado a pesquisa lá, como um laboratório aberto. Mas isso também levantou questões de como o onguismo (que teve um boom após a queda do comunismo por lá) e a busca por financiamentos governamentais e suas justificativas (os produtos artÃsticos) podem esvaziar processos e burocratizar relações em uma produção que pode ser coletiva. O perigo de cair nas teias da burocracia e ficar refém de financiamentos e planilhas eletrônicas, e deixar pra trás aquilo que a gente quer fazer realmente, integrar processos, produzir novas relações, destrinchar pensamentos. Em conversa com o Kruno depois, discutimos muito isso, porque ele percebeu bem nesse festival esse sistema funcionando. E ele faz parte disso. Mas identifica isso, e é um passo inicial pra ser crÃtico e criativo com essa situação. Questionamento válido pra Descentro e outras ONGs e Associações aonde tem galera que tá correndo atrás de fazer projetos por aÃ.
Mas emfim, em Karlovac, apesar de ter sido decepcionante nesse sentido, foi legal, pois montamos mais uma rádio no telhado, e fizemos uma festa para celebrar a morte do Toninho Malvadeza. Aquela coisa nossa com direito a muanba e hino ao reverso, troca de Cds Piratas. Tudo no pouste acima.
No final, também rolou uma reunião do Stanica MIR, a rede de web rádios de lá, eles estavam debatendo como melhor esquematizar o estrimingue deles (que tem só um ponto de montagem, que é usado por várias pessoas de diferentes cidades) com um softiuere chamado CampCaster. Vale uma estudada por aqui, pode ser interessante pra rede de rádios livres, pra trocar conteúdo.
Lá também, fizemos boas entrevistas com organizadores desse festival, e pessoas da Stanica MIR e de outras ONGs presentes.